Há tempos que as calças sociais na cor cáqui e os moletons coloridos com a palavra GAP, em letras garrafais, circulam por crianças, jovens e adultos brasileiros. É que, a partir da década de 1990, a grife americana de roupas casuais se tornou a queridinha dos turistas que viajam aos Estados Unidos, todos os anos. É por essas e outras que se explica o frisson das últimas semanas entre os descolados e faz com que o desembarque da grife americana por aqui se transforme em um acontecimento badalado. A inauguração da primeira loja da Gap no País está marcada para amanhã da quinta-feira 26 de setembro, no shopping JK Iguatemi, um dos templos de consumo de luxo de São Paulo, com a presença do executivo Stefan Laban, vice-presidente.
Em meados de outubro será a vez da inauguração da unidade instalada no Morumbi Shopping, na zona sul da cidade. Segundo o vice-presidente, nas vitrines e araras da loja será possível encontrar desde a camiseta básica nas versões adulto, infantil e bebê até calça jeans, camisas polo e moletons com o famoso logo. Outra aposta é na linha de fitness.
Para dar conta desse desafio, a Blue Bird – holding que controla o Grupo Empresarial Pasmanik (GEP), que administra as redes varejistas Emme, Cori e Luigi Bertolli, especializada em moda feminina – montou uma estrutura única para atender a Gap. O negócio será feito por meio da Tudo Bem Tudo Bom Comércio. À frente da empreitada, Pasmanik contará com uma equipe de executivos com passagem pela gigante global Nike, . Sob o comando da dupla, a Gap repete os passos da Zara, do grupo espanhol Inditex, e da inglesa Topshop, duas das estrelas globais do mundo do vestuário que aportaram no País nos últimos anos.
Na lista de próximos desembarques estão Forever 21, H&M e Uniqlo. Especialistas em varejo acreditam que a Gap tem um potencial para contar com até 200 pontos de venda no País. No entanto, o plano traçado pela Gap Brasil e pela Blue Bird prevê números mais modestos: 15 lojas no período de cinco anos. O investimento é estimado em cerca de R$ 30 milhões, considerando o gasto com aluguel dos espaços e a estrutura necessária para fazer funcionar a operação. Na mira dos parceiros estão as capitais e as cidades com renda média mais elevada. Uma delas é o Rio de Janeiro, a segunda cidade a receber uma filial da Gap. A unidade será instalada no BarraShopping.
Os gaúchos também serão contemplados com uma loja no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Eles têm estudos que incluem centros de compras em Curitiba, em Belo Horizonte e em Brasília. Hoje, pode-se dizer que nenhuma varejista global, especialmente de vestuário, pode ignorar o Brasil. Estudo da consultoria americana A.T. Kearney indica que o País é o quinto mercado mais atraente para as grandes marcas do setor.
Ao lado de China, Paraguai, Hungria e Costa Rica, o Brasil faz parte da lista dos mercados emergentes nos quais a rede está fincando sua bandeira. Com isso, a empresa, fundada em 1969, na descolada São Francisco, espera recuperar o antigo vigor em seu balanço. No período 2003-2012, as vendas das 3,4 mil lojas do grupo, que incluem as grifes Old Navy, Banana Republic, Piperlime, Athleta, Intermix e Gap, estagnaram na faixa dos US$ 15 bilhões. Movimento bem diferente daquele vivido por outras grifes, como a Zara e a sueca H&M, que cresceram estupendos 586% e 352%, respectivamente. A Gap havia ganho relevância na década de 1990 ao se firmar como a grife que entendia os jovens.
Por conta disso, os analistas são unânimes em dizer que suas chances de sucesso são diretamente proporcionais à capacidade de oferecer preços competitivos. Segundo executivos da empresa, será possível adquirir camisetas básicas por R$ 40, blusas polo por R$ 70 e calças jeans por R$ 140. Valores em linha com os praticados nos EUA. Para conseguir essa façanha, a Gap contará com sua rede de fornecedores nos países asiáticos. Isso, porém, não significa dizer que sua vida será tranquila daqui para a frente.
Ela terá de enfrentar, por exemplo, a complexa teia tributária, considerada pelo presidente da Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, como um dos grandes entraves para quem deseje atuar no varejo brasileiro.
As próximas da fila
As suecas Ikea e H&M estão entre as cotadas para abrir lojas no país. As americanas Forever 21 e Sears já aportaram
Outras marcas poderosas de varejo, além da GAP, estão de olho no mercado brasileiro. Muitas delas também são antigas conhecidas dos consumidores que viajam com frequência ao Exterior. Uma das que estudam a entrada no país é a sueca Ikea, conhecida por vender móveis de design arrojado a preços acessíveis.
Na semana passada, a empresa confirmou o interesse em abrir lojas no País, mas sem revelar prazos e valores. Aqui, deverá concorrer com a Tok&Stok e a Etna.
A também sueca H&M, uma das líderes da revolução do fast fashion no varejo de vestuário, é constantemente mencionada por analistas de mercado como uma das candidatas a desembarcar no Brasil. Mas, até agora, não confirmou o desembarque.
Já a Forever 21, grife americana de roupas jovens, deixou o campo das hipóteses e prepara a abertura de sua primeira loja, no Morumbi Shopping, em São Paulo. Os diretores da marca também negociam espaço em outros dois shoppings controlados pela Multiplan. Outra que já tomou a decisão de carimbar o passaporte no Brasil é a americana Sears, especializada em eletrodomésticos, eletroeletrônicos e ferramentas. A invasão das marcas estrangeiras ao varejo brasileiro não deve parar por aí.
A americana Abercrombie & Fitch também estaria a caminho. Com suas campanhas ousadas, a grife explodiu na década passada, repetindo o sucesso da Gap nos 1990 e o da H&M e a da espanhola Zara, nos anos 2000. Quer mais?
A japonesa Uniqlo, que fez sucesso ao desenvolver um modo particular de fast fashion, baseado mais em tecidos tecnologicamente inovadores do que em cortes sofisticados, também pode abrir pontos de venda por aqui, para a alegria dos empresários do setor.
Meninas do meu Brasil, fiquem atentas com as inaugurações que estão por vir! É hora do nosso Brasil brilhar na cena fast fashion! Gostaram das novidades?
Beijos!
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